02 novembro 2010

ARTIGO : SOBRE A CEIA:PB.. WALDEMAR FILHO

Postado por Pedro Moro

Verdadeiro significado da Ceia do Senhor

Antes de tudo, seria bom que abríssemos o nosso coração para aquilo que a Palavra de Deus quer nos transmitir a este respeito.

É muito comum ouvirmos várias opiniões sobre a Ceia do Senhor, mas serão todas elas bíblicas? Que nossa oração seja no sentido de que Deus nos ajude a abrigar em nossos corações as profundas verdades bíblicas acerca do sublime significado da Ceia do Senhor.

Seria importante frisar que o presente estudo não tem a pretensão de esgotar todas as considerações acerca deste assunto.

Feitas estas observações, passemos a analisar os principais textos que nos falam acerca da instituição da Ceia na Igreja de Cristo. São eles: Mt 26:26-29; Mc 14:22-25; Lc 22:19-20; Jo 6:48-58; At 2:41-46; 20:7,11; ICo 10:15-17; *11:23-26.

Como pudemos observar os textos são muito sucintos e nenhum deles nos ensina a forma de celebrar a Ceia do Senhor.

Quanto à forma, o que vemos é uma celebração simples e desprovida de liturgia, ritos e "trajes especiais" (Isto não quer dizer que o conteúdo e/ou o significado não sejam ricos e profundos).

Outro ponto importante é que o Senhor usou elementos comuns aos costumes judaicos para instituir a Ceia. Ele não criou nada novo.

O Pão era um dos que já estavam à mesa, o mesmo pode se dizer a respeito do vinho. Eram elementos comuns da alimentação diária daquele povo.

O fato de estarem à mesa compartilhando uma refeição era algo muito significante na cultura oriental. Comer com alguém era muito mais do que simplesmente se alimentar; significava associação, comunhão, compromisso e interesse mútuo.

Através de Paulo tomamos conhecimento do profundo significado da Mesa do Senhor como uma comunhão (koinonia) com o Senhor (ICo 10:16).

É de bom tom lembrar que a nossa comunhão não é com o Cristo morto e sim com o Senhor ressurreto, vitorioso, glorificado e poderoso.

Paulo também nos mostra a unidade da Igreja, pois assim como compartilhamos de um único pão, assim também nos reunimos como um único corpo de Cristo (ICo 10:17).

Passemos a uma comparação entre as narrativas:

Mateus: "Tomai comei; isto é o meu corpo".

Marcos: "Tomai, isto é o meu corpo".

Lucas: "Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim".

Mateus: "Isto é o meu sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos para a remissão de pecados".

Marcos: "Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança derramado em favor de muitos".

Lucas: "Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado por vós".

Ao que se referimos?

Ao se referir ao Seu corpo e Seu sangue, Ele aplica a si mesmo uma linguagem sacrifical.

Ou seja, Ele fala de si mesmo como o sacrifício que inauguraria e garantiria a nova aliança.

Segundo Agostinho de Hipona (354-430 AD), estas palavras de Jesus "são uma figura que quer nos comunicar a paixão do nosso Senhor, e entesoura de maneira secreta e proveitosa em nossas memórias o fato de que ele foi crucificado e traspassado por nós".

A ceia é uma demonstração de que a essência da vida cristã; é receber a Cristo como alimento espiritual. "Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim e eu nele.

“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, quem de mim se alimenta, por mim viverá” (Jo 6:56,57).

Portanto, a fé é algo fundamental ao participarmos da Ceia.

O mero participar da Ceia não traz os benefícios da obra de Cristo, estes devem ser apropriados pela fé.

O cristão deve alimentar a sua alma com Cristo (Jo 6:51), e a Ceia é apenas uma figura disso.

Obs.

Cristo é o Senhor da mesa, mas Ele não pode ser dado e recebido automaticamente pela simples realização do ritual da Ceia.

Outra frase de Jesus que é repetida duas vezes por Paulo é: "fazei isto em memória de mim" (Lc 22:19; ICo 11:24,25).

Esta ordem tem por finalidade que nós não nos esqueçamos a obra redentora que ele efetuou na Cruz do Calvário em nosso favor.

Seria o mesmo que dizer, "em lembrança de mim" ou "em recordação de mim". Ou seja, ao realizar a Ceia Memorial, a igreja lembra a morte sacrifical de Jesus Cristo e a realidade dos benefícios advindos deste ato.

Em outras palavras a Ceia é uma dramatização que nos recorda o que aconteceu no Calvário.

O pão ao ser quebrado nos lembra que Cristo foi "moído pelas nossas iniqüidades” (Is 53:5; Tt 2:14; IPe 2:24;Hb 10:10).

O vermelho do vinho nos lembra que Ele derramou seu sangue para tirar o nosso pecado, nos santificar e nos aproximar de Deus (Ef 1:7, 2:13; Cl 1:20; Hb 9:28, 10:19, 13:12; IJo 1:7; Ap 1:5, 5:9).

Ao celebrarmos a Ceia, os benefícios advindos do sacrifício do Senhor Jesus devem ser trazidos à nossa memória e gerar no nosso coração um sentimento de profunda gratidão e adoração a quem tanto nos amou.

Na Ceia, a Igreja, o Corpo vivo de Cristo, vislumbra as melhores coisas que Deus tem preparado para nós, tornando viva a nossa bendita esperança (Tt 2:13).

A Ceia do Senhor apresenta uma tríplice perspectiva:

- Passada, lembra um evento e revive sua realidade e valor;

- Presente, anuncia e dramatiza a obra redentora do Senhor, convocando a Igreja ao cumprimento da sua missão; e,

- Futura, exorta seus participantes à espera do Senhor glorificado que vira consumar o plano de Deus.

E, nessa tríplice perspectiva, a Ceia é o mais forte elo da unidade corporativa da Igreja cristã, "porque todos participamos do único pão" (I Co 10:17 - Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. p. 415).

Existem hoje quatro posições mais comuns acerca da Ceia do Senhor. São elas:

- Transubstanciação (Católica Romana): no momento da Ceia (eucaristia) os elementos são transformados no sangue e corpo de Cristo.

- Consubstanciação (Luterana): o corpo e o sangue de Cristo estão presentes e combinados com os elementos da Ceia.

- Presença Espiritual (Calvino): Cristo está presente com os elementos.

- Memorial (Zwingli, Batista, Pentecostal, Irmãos): Obs. os elementos são somente símbolos, e a presença de Cristo e relativa à fé do participante. Cada um tem que tomar a Ceia com a atitude correta e com fé.

Detalhes Importantes:

· Cristo não tinha morrido quando institui a aliança.

· O propósito é proclamar a morte do Senhor, não recrucificá-lo.

· O uso da linguagem inclui metáfora (Ex.: isto é o meu corpo; ou, este é o cálice da nova aliança). Não é usada uma linguagem literal assim como "eu sou a porta" também não é.

No entanto, tendo visto tão grande riqueza de significados belos e profundos, é de se estranhar que elementos alheios à Ceia do Senhor tenham sido introduzidos na sua celebração; tomando vulto de grande importância e usurpando o lugar do Senhor. Aquilo que era para ser singelo foi acumulado de um ritualismo que tira a nossa atenção do essencial.

Em algumas igrejas locais o horário, a mesa, toalhas, guardanapos, paletó, gravata, cálice ou cálices, pão com ou sem fermento etc, tem tido mais destaque que o Senhor da Ceia.

Obs.

São tantas regras e preceitos que a simplicidade e a singeleza com que era celebrada pela igreja de Atos a muito ficou para trás.

Infelizmente há pessoas que gostam de condenar os irmãos que não pensam como elas, mas seria bom lembrar que nem tudo que condenamos Deus condena; e nem tudo que aceitamos Deus aceita.

Obs. Palavras sábias de Jabesmar A. Guimarães

Conclusão

A Ceia do Senhor é a comemoração de Jesus Cristo.

O pão representa seu corpo, tão cruelmente quebrado na cruz por crimes que ele nunca cometeu.

O cálice representa seu sangue, tão livremente derramando para pagar pelos pecados daqueles que ele ama tanto.

A Ceia do Senhor não é mero ritual, não é simplesmente uma ordenação a ser "observada".

Diante do exposto somos levados a admitir que o Senhor Jesus usou uma linguagem figurativa, como o fez em outras ocasiões.

Assim como entendemos das palavras “Eu sou a porta”, que Ele representa a porta por onde todos devemos passar a caminho da salvação, de igual modo entendemos a expressão “Isto é o meu corpo” como sendo “ISTO REPRESENTA O MEU CORPO”, com relação ao pão; e “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue”, como sendo “ESTE CÁLICE REPRESENTA A NOVA ALIANÇA NO MEU SANGUE”, com relação ao vinho. que participam.

Ainda tem muito mais, mas o espaço não nos ajuda, o tempo é curto, mas deixo uma dica muito importante “Leia a Bíblia Sagrada, pois ela é a resposta de tudo.

Pb. Waldemar Filho.

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